quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A regra dos nove

O campeonato brasileiro está caminhando para o final, Corinthinas com 64 pontos é o líder, o Vasco vem logo atrás com 62 e o Fluminense ali coladinho com 59. O que não faltou nesse campeonato foi emoção. Jogos com “chuvas” de gol. Entra e sai de técnicos, as infindáveis novelas de negociação, o “vou não vou” pra esse ou aquele clube. Indecisão nos bastidores do futebol e jogos decisivos entre as quatro linhas. Em campeonato de pontos corridos cada jogo equivale a uma final. A cada três pontos perdidos se caminha um pouco para trás. Agora, há três rodadas do final do campeonato, os clubes já sabem pelo que estão “brigando” o que ainda lhes resta esperar.

Em um jogo pra entrar para a história do futebol, Fluminense e Grêmio se enfrentaram no Engenhão na noite de ontem (16/11). Rafael Marques abriu o placar para o Grêmio e Fred não deixou barato empatou logo em seguida com um gol de cabeça. As emoções estavam apenas começando, aos 46 do primeiro tempo, Marquinhos faz um golaço para o Grêmio que termina a primeira etapa na frente.
Quem pensou que estava bom demais, mal podia esperar o que ainda estava por vir. De volta para o segundo tempo Fred marca novamente para o Fluminense e Rafael Sobis mostra a que veio, vira o placar.
Já que a brincadeira estava ficando boa e ninguém queria sair em desvantagem Brandão também de cabeça empata para o Grêmio. Aí já se somam 6 gols. Bom demais, diriam os amantes do bom futebol. Porém, não era o suficiente, Adilson marca um golaço para o Tricolor gaúcho que novamente toma a frente. E como sempre tem que ter alguém para estragar a festa, o juiz marca um pênalti inexistente e Fred bate, e não vamos perder a conta 8 gols. Para uma noite já estava de bom tamanho. Bom?! Quem disse?! Fred o nome do jogo marca seu 4° gol na partida, vira o jogo e deixa o Fluminense na 3° posição ainda sonhando com o título. Mais um jogo com 9 gols. Num passado não tão distante tivemos outro jogo “parecido” (9 gols). Para aqueles que não se lembram, o que é bem difícil alguém esquecer aquele jogo, Flamengo e Santos (27/07), Borges abriu o “salão” e começou o baile de Ronaldinho gaúcho e Neymar.
 O campeonato brasileiro está na reta final, times brigando pelo título, outros querendo uma vaga na libertadores, sul americana, alguns apenas brigando para não cair para a segunda divisão e quem ganha com isso é o torcedor que tem acompanhado verdadeiros espetáculos em campo.

O ouro invisível aos olhos

Quando estamos aprendendo a andar, em quem mais confiamos? A quem olhamos com olhos de “socorro” eu não consigo sozinho?!
Todas as vezes que caímos nos primeiros passos que damos na vida quem geralmente nos ajuda a levantar?!
De quem é a mão mais forte que temos lembrança na infância que tenha nos sustentado quando parecia que iríamos cair?!
Passada a fase dos primeiros passos vem a tão esperada bicicleta e, quem é que está lá do lado, segurando firme e dizendo: vai você consegue e se não conseguir eu estou aqui, não vou te deixar só, não vou te deixar cair?!
Nas Olimpíadas de 92 Derek Redmond, foi desclassificado e não ganhou nenhuma medalha, mas até hoje arranca lágrimas de emoção, e faz pensar. A superação do atleta de correr até a linha de chegada mesmo sentindo dor, mesmo não tendo condições, vencendo seus limites é sim uma lição de determinação, de força de vontade, superação. Mas a figura do pai correndo ao lado filho para dar apoio sustentar e ir com ele até o fim é o que mais emociona. Um pai que pode ser chamado de super, que pode ser escrito com letras maiúsculas para dar a essa palavra tão pequena a grandeza que ela traz.
Nas dificuldades o ser humano encontra uma força que nem ele mesmo sabe que tem, a força de Derek Redmond estava ali do lado dele, apoiando e dizendo  vamos juntos.  A mesma mão que certamente o levantou quando ele deu seus primeiros passos estavam ali novamente. Ele não desistiu de seu objetivo e o pai não desistiu dele. Cruzaram a linha de chegada, emocionaram a todos que assistiam a corrida e continuam emocionando quem vê as imagens ainda hoje. Protagonizaram um dos momentos mais importantes dos jogos Olímpicos de 1992 e certamente para ambos foi um dos momentos mais importantes se não o mais importante e marcante de suas vidas.
Derek foi oficialmente desclassificado das Olimpíadas já que seu pai o ajudou a chegar ao final, pode não ter ganhado medalha olímpica, mas o que ele ganhou e o que todos nós ganhamos com a lição de força e superação uma medalha olímpica não o daria. Talvez se tivesse chegado ao final sozinho, se tivesse ganhado a medalha, hoje ele seria mencionado quando se falasse em jogos olímpicos, mas certamente não seria o Derek Redmond filho de Jim Redmond a dupla que serve como exemplo do amor de um pai pelo filho e a força de um atleta que sabe onde quer chegar. O ouro de Derek se chama Jim, e esse ouro não se ganha em jogos olímpicos.
Vencer não é somente chegar onde se quer, mas é a maneira como se chega que o faz um vencedor de fato.”

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Grêmio Imortal 4 x 2 Roanldinho

 O Grêmio que a imprensa carioca julgava incapaz de vencer o Flamengo de Ronaldinho entrou em campo, com a torcida apoiando desde antes de começar a partida, desde que marcaram o jogo para o dia 30 de outubro de 2011. Data que será lembrada por todos que estiveram lá, para torcer, para jogar ou até mesmo “os santistas paranaenses que estiveram presente para acompanhar os amigos”. Esse certamente ficou balançado.
 Saindo do campo Ronaldinho diz que pra quem joga no Flamengo o barulho que ele ouviu ali no Olímpico não era nada. Disse isso com cara de criança que leva uma bronca e é expulso da brincadeira pelos amigos de uma vida inteira. É isso mesmo, Ronaldinho foi expulso do Olímpico depois de tomar uma goleada. Ele pode até estar bem contente com o salário que recebe no Flamengo, pode até estar curtindo o sol e as praias cariocas, mas jamais ouvirá novamente a TORCIDA TRICOLOR chamando seu nome de outra forma que não seja PILANTRA.
 Imagino que quando entrou em campo e viu a casa lotada tenha se sentido um penetra que vai para uma festa, na casa de um ex-amigo sem ser convidado, casa onde foi bem recebido no passado, onde era ilustre presença em todas as “festas”.  Agora na casa do IMORTAL, Ronaldinho é “persona non grata”.
 A imprensa carioca e não só a carioca, mas todas as outras que duvidaram do Grêmio, provavelmente não se lembraram dos feitos do Imortal, o resultado foi muito bom para todos os gremistas, não só por ter ganhado de 4 x 2, mas por ter ganhado depois que eles acreditavam que estavam no controle.
 Grêmio e superação andam juntos, Grêmio e raça são um só. E a torcida merece todos os créditos, sempre apoiando, nem mesmo quando tudo parecia perdido deixaram de cantar. Nem por um minuto abandonaram o Imortal, coisa que o ex gaúcho fez diante do primeiro cifrão que lhe foi apresentado.
Pra ser gremista tem que ter raça, tem que honrar a camisa a veste, tem que ser tão Imortal quanto o time, tem que acreditar mesmo quando os ventos estão contrários, Grêmio é feito de luta, “batalhas impossíveis” só amedrontam os pequenos.
Ficou claro que para o Grêmio o impossível é só questão de opinião!!!
      

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O líder Corinthians! Até quando?!

Um pouco antes de começar o campeonato brasileiro 2011, eu apostei no Santos de Muricy, atual campeão da Libertadores.
Mas, é com o andar da carroça que as aboboras se ajeitam. O Corinthians é líder hoje, depois da 28° rodada. Mas dizer que é favorito seria meio arriscado, o Vasco vem logo atrás e com apenas um ponto a menos na tabela. Esse campeonato de pontos corridos não tem muita emoção, sempre se sabe antes quem será o campeão, ainda mais quando se tem juiz amigo...
Bom mesmo seria mata-mata, o melhor venceria.
Mas não me arrisco a dizer quem é o melhor agora no Campeonato brasileiro, não entendo muito, na verdade não entendo quase nada, por isso me recolho em minhas idéias e repito que sou contra pontos corridos.

domingo, 9 de outubro de 2011

Gladiadores do século XXI

Não tinha Tito, nem jogavam pão para a platéia, mas eles estavam lá. Não era o Coliseu, não era Roma e os “gladiadores não usavam armaduras, nem armas. Apenas calção e luva. A história de Roma é disparada a minha favorita, as lutas nem de longe fazem parte das minhas preferências. Mas na noite do dia 8 de outubro,( no século XXI), foi como se estivesse em Roma no ano 80 d.C. A cada golpe, uma comparação. Me pegava imaginando como foram os combates, no grande Coliseu, ficava atenta aos golpes, a espera de uma boa imagem e, pensava, que bom se tivesse algum fotografo em pelo menos uma daquelas tantas batalhas muitas vezes mortais.
Gladiadores do século XXI trouxeram o “Coliseu” à Passo Fundo, no MMA,onde os participantes praticam diferentes tipos de artes marciais, como jiu-jítsu, boxe, luta livre olímpica, boxe tailandês, caratê e outras. Os primeiros torneios aconteceram em 1993 e os lutadores tinham que vencer três lutas para serem campeões. Os gladiadores do Coliseu de Roma, muitas vezes lutavam até a morte ou ganhavam uma espada de madeira, eram escravos e muitas vezes lutavam por obrigação. Homens se matavam numa arena, apenas para deleite e diversão da nobreza romana, sem nem ao menos se conhecerem. O melhor era ovacionado por uma platéia louca por sangue. No MMA, a diferença é que são artes marciais, ao invés de espadas,  no lugar da espada de madeira tem um troféu e os lutadores se conhecem, há casos em que se odeiam mas normalmente são amigos e até freqüentam as mesmas academias. A arena deles é o octógono. A platéia?! Acredito que não tenha mudado tanto desde as batalhas do Coliseu. Não quero parecer contra as lutas, acho até bem interessante, homens fortes se batendo, se machucando por puro prazer, pelo menos não fazem isso obrigados.
A platéia do Coliseu, queria ver os gladiadores lutarem até a morte, a platéia do ginásio Teixeirinha esperava por  nocaute e, tiveram 3. Foi um belo espetáculo para os amantes de luta, foi uma experiência diferente, para uma jovem estudante de jornalismo, que quando vê lutas na TV muda de canal, me fez ver que preciso mudar conceitos e estudar um pouco mais sobre artes marciais, regras e estilos de luta.

                                          FOTO: Ana Lúcia Zanella

Pra que entender?!

Sempre ouvi dizer que paixão não tem idade, não escolhe raça, crença ou cor. E que gostos, cores e amores não se discute. Pois bem, quanto mais conheço as pessoas desse Rio Grande Passofundense, mais me certifico de que isto é verdade.
Tinha jogo no vermelhão da serra e, como dizia minha avó, quem quer comer pamonha tem que ralar o milho. Com base na teoria da minha avó, procurei chegar cedo ao vermelhão, queria colher informações sobre o Esporte Clube Passo Fundo, depoimentos sobre os jogos, os títulos, alguém que pudesse me dizer algo sobre os bons tempos no clube na serie A do gauchão, além do desempenho do clube na Copa Laci Ughini. O problema é que cheguei tão cedo que o estádio ainda estava fechado, dei uma volta, olhei ao meu redor e, vi um senhor e perto dele algumas crianças que brincavam. Resolvi puxar papo para ver no que dava. Comecei fazendo perguntas sobre o público que freqüentava os jogos. O senhor, então me disse que era muito fraco, poucas pessoas. Isso pude comprovar mais tarde, realmente um publico muito pequeno no estádio na noite agradável da quinta feira de primavera. Continuei fazendo perguntas ao senhor, sem dar muita atenção às crianças que estavam brincando bem ao nosso lado.
A conversa fluía num clima bem agradável. Enquanto ele me contava dos bons tempos do Esporte Clube Passo Fundo no campeonato gaúcho, uma das crianças que brincavam por ali se aproximou e ficou ouvindo nossa conversa, bem atenta a tudo que falávamos. Perguntei ao senhor falastrão se era gremista ou colorado, afinal estamos no Rio Grande do Sul, rivalidade azul-vermelho, GreNal, a boa e velha discussão, quem tem mais títulos, quem está melhor no campeonato e, para minha surpresa, aquele senhor que segundo ele mesmo, “nascido e criado” em Passo Fundo, era corintiano, a minha reação foi: “um minuto de silêncio”. Como assim, um gaúcho corintiano? Ele para me provar o que estava dizendo levantou a manga da camiseta, que só depois que ele me disse para qual time torcia é que reparei, era a camisa do Corinthians, me mostrou então no braço esquerdo uma enorme tatuagem com o símbolo do Timão, como disse ele. E como se não bastasse me mostrou o braço direito escrito em letras bem grande “CORINTHIANS”. Perguntei a ele por que Corinthians? Já que não queria fazer parte da metade vermelha, nem da metade azul do estado, por que não o próprio Passo Fundo, ou Juventude ou Caxias? Ele me respondeu: É um amor que não se explica.
A menina que se aproximara de nós, continuava ali, ouvindo tudo atentamente. Fiquei muito curiosa, por que um gaúcho iria torcer para um time paulista? É comum ver pessoas do norte e nordeste torcendo para times de outro estado. Mas gaúchos?! Sempre tão orgulhosos de suas façanhas  futebolísticas e históricas, ou eu conheço pouquíssimos gaúchos ou aquele senhor é um caso a parte. Confesso que ainda não tinha visto um gaúcho corintiano.
A menina, acredito eu, já cansada de me ouvir perguntar ao passofundense corintiano o porque de sua escolha, um tanto quanto peculiar eu diria, para a região em que estamos. A pequena então me perguntou se eu ia ver o jogo, respondi que sim e perguntei a ela sua idade, ela me respondeu que tinha 14 e, com um ar de decepção disse que queria muito ver o jogo, mas sua mãe não deixava, porque não gostava de futebol e ela era muito nova para ir sozinha.
Perguntei a menina se ela gostava de futebol, e ela sem nem respirar entre uma palavra e outra afirmou com plena convicção que gostava somente do Passo Fundo, me deu relatos de jogos anteriores e o nome de todos os jogadores, titulares, reservas e até das categorias de base. A pequena disse ainda que acompanha até mesmo os treinos e queria muito ver o jogo porque gostava do Pitbull e do Sandro Sotilli. Bem confiante disse ainda que um dia verá o Passo Fundo ser campeão gaúcho. Neste momento éramos eu e o senhor corintiano que escutávamos a menina dar a escalação do time do Passo Fundo.
Ficamos os três em silêncio, confusos talvez, surpresos eu diria. O senhor corintiano me mostrou suas tatuagens para me fazer crer que ele é mais um dos tantos brasileiros que grita “sou louco por ti Corinthians”. A pequena me convenceu com suas palavras de menina que brinca de bonecas na calçada de casa no fim das tardes, o quanto ela gostava do Esporte Clube Passo Fundo. E o esporte Clube Passo Fundo, me fez ver, com um gol de Renam ainda no primeiro tempo numa bela cobrança de falta e, outro gol de pênalti cobrado pelo veterano Sandro Sotilli no segundo tempo, que para despertar paixões de qualquer idade não precisa ser grande, nem estar em evidencia.

_______________________________________________________________

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Correria...

Depois de fazer uma prova, numa manhã fria e chuvosa fiquei esperando o ônibus para voltar pra casa. Enquanto esperava lia “O Pequeno Príncipe”, considerado literatura infanto-juvenil. Acho que a primeira vez que li eu tinha dez anos mais ou menos. Hoje, com alguns anos a mais e uma cabeça diferente, parei para ler novamente. Quando terminei, comecei ouvir música. Estava ouvindo músicas de “Pouca Vogal”. Quando leio costumo sublinhar frases ou trechos que me chamem a atenção. No “Pequeno Príncipe”, o que mais tem são trechos e frases dignas de serem sublinhadas.
A primeira frase que sublinhei foi a seguinte: “Quando a gente olha sempre em frente, não pode mesmo ir longe.” Saindo do livro e voltando pra música que eu ouvia enquanto aguardava meu ônibus, um trecho da música “Girassóis, dizia: “Nunca olhei para os lados pra não perder a direção...” Liguei a música a frase do livro que acabara de ler. Minutos antes desse “estalo” de ligação eu pensava: tenho que chegar em casa, organizar algumas coisas, colocar roupa pra lavar (já que não estou mais na casa da minha mãe e as tarefas domésticas da minha casa agora são de responsabilidade minha.). Enfim, pensava no dia cheio que eu teria pela frente, na minha casa, no trabalho e na prova que eu teria que fazer ainda no outro dia. Se fosse ver bem não tinha tempo nem para estar ali parada pensando.
Então eu perguntei a mim mesma. Pra que correr tanto?! Pra que ficar pensando em tudo que tenho que fazer durante o dia, se no momento tudo que eu podia fazer era ficar ali esperando o ônibus. Ao invés disso eu organizava meu dia mentalmente. Quando eu poderia apenas escutar aquela música e me lembrar que assim como o “Pequeno Príncipe” eu tenho uma “rosa” única no mundo. Ou eu poderia ficar observando as pessoas correrem para pegar seus respectivos ônibus, pessoas estas que assim como eu estavam correndo sem olhar para os lados para não perder a direção. Mas será que todas elas sabiam que direção estavam seguindo?!
Com isso me dei conta que a maior perda de tempo é tentar organizar o tempo que tenho.
Bom, voltando a frase do livro a música e a “organização” do meu dia, me liguei que ler novamente o “Pequeno Príncipe”, me fez retomar a  menina que mora em mim, mesmo tendo feito isso só por alguns instantes, já que infelizmente, por mais que eu quisesse permanecer no mundo que eu tinha quando li este livro pela primeira vez, não foi possível. Tive que voltar ao restante da música (Girassóis) e a correria pois infelizmente eu tive que entrar na classe das pessoas grande e estranhas que precisam dar um jeito de pagar a prestação. Mas a menina que mora em mim, vai permanecer e quando a pessoa grande e estranha se distrair, ela aparece, para mostrar que o que realmente importa é invisível aos olhos.