Depois de fazer uma prova, numa manhã fria e chuvosa fiquei esperando o ônibus para voltar pra casa. Enquanto esperava lia “O Pequeno Príncipe”, considerado literatura infanto-juvenil. Acho que a primeira vez que li eu tinha dez anos mais ou menos. Hoje, com alguns anos a mais e uma cabeça diferente, parei para ler novamente. Quando terminei, comecei ouvir música. Estava ouvindo músicas de “Pouca Vogal”. Quando leio costumo sublinhar frases ou trechos que me chamem a atenção. No “Pequeno Príncipe”, o que mais tem são trechos e frases dignas de serem sublinhadas.
A primeira frase que sublinhei foi a seguinte: “Quando a gente olha sempre em frente, não pode mesmo ir longe.” Saindo do livro e voltando pra música que eu ouvia enquanto aguardava meu ônibus, um trecho da música “Girassóis, dizia: “Nunca olhei para os lados pra não perder a direção...” Liguei a música a frase do livro que acabara de ler. Minutos antes desse “estalo” de ligação eu pensava: tenho que chegar em casa, organizar algumas coisas, colocar roupa pra lavar (já que não estou mais na casa da minha mãe e as tarefas domésticas da minha casa agora são de responsabilidade minha.). Enfim, pensava no dia cheio que eu teria pela frente, na minha casa, no trabalho e na prova que eu teria que fazer ainda no outro dia. Se fosse ver bem não tinha tempo nem para estar ali parada pensando.
Então eu perguntei a mim mesma. Pra que correr tanto?! Pra que ficar pensando em tudo que tenho que fazer durante o dia, se no momento tudo que eu podia fazer era ficar ali esperando o ônibus. Ao invés disso eu organizava meu dia mentalmente. Quando eu poderia apenas escutar aquela música e me lembrar que assim como o “Pequeno Príncipe” eu tenho uma “rosa” única no mundo. Ou eu poderia ficar observando as pessoas correrem para pegar seus respectivos ônibus, pessoas estas que assim como eu estavam correndo sem olhar para os lados para não perder a direção. Mas será que todas elas sabiam que direção estavam seguindo?!
Com isso me dei conta que a maior perda de tempo é tentar organizar o tempo que tenho.
Bom, voltando a frase do livro a música e a “organização” do meu dia, me liguei que ler novamente o “Pequeno Príncipe”, me fez retomar a menina que mora em mim, mesmo tendo feito isso só por alguns instantes, já que infelizmente, por mais que eu quisesse permanecer no mundo que eu tinha quando li este livro pela primeira vez, não foi possível. Tive que voltar ao restante da música (Girassóis) e a correria pois infelizmente eu tive que entrar na classe das pessoas grande e estranhas que precisam dar um jeito de pagar a prestação. Mas a menina que mora em mim, vai permanecer e quando a pessoa grande e estranha se distrair, ela aparece, para mostrar que o que realmente importa é invisível aos olhos.
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