Eles crescem, “uns nem tanto”, mas, as “briguinhas” continuam as mesmas, as comparações nunca saem de cena. Enquanto são crianças e não se importam muito com futebol as comparações são de carrinhos e bicicletas, enfim, um quer sempre sair “vitorioso” após se vangloriar dos acessórios de sua bicicleta nova, ou até de como ficou legal a reforma daquela velha que estava no porão sem utilidade alguma.
Eles crescem, se interessam por coisas diferentes e as comparações são outras, o som do carro que é mais potente do que o do amigo, que “brigava” na infância por causa dos pedais coloridos da bicicleta. Porém a comparação que mais gera discussão e nunca muda é: “Meu time tem mais títulos do que o seu”. Dois homens viram dois “meninos” bobos e exaltados, principalmente quando os times em questão são Internacional e Grêmio.
Para alguns chega a ser uma questão de honra não admitir que o time rival é melhor ou que tenha este ou aquele título a mais. Diante deste impasse dois homens viram dois “meninos” que não querem sair em desvantagem. Recentemente pude comprovar que a paixão colorada e tricolor fala mais alto que qualquer coisa. Olhando de fora e isenta da situação a qual presenciei, posso afirmar que essa paixão desenfreada fala mais alto literalmente, com direito a gritos e caras feias.
Em 41 quilômetros percorridos ouvindo uma discussão calorosa e com algumas dúvidas não assumidas de ambas as partes e que acredito eu, tenha gerado uma certa dúvida até mesmo para quem ouvia de fora aquele debate tão interessante e exaltado, pude perceber que os garotos crescem mais nunca deixam de ser “meninos” querendo sair sempre em vantagem, não dando o braço a torcer mesmo quando está errado.
A propósito, a discussão não se encerrou, mas para alívio de todos que estavam naquele ônibus desconfortável, os longos 41 quilômetros que ligam Passo Fundo a Vila Maria chegou ao fim. Alguns desembarcaram, mas acredito que o debate tenha seguido viagem e os dois “meninos” crescidos bradavam:
(gremista) __Vocês não podem se considerar campeões de tudo, vocês não são!!!
(colorado)__ Não, vocês é que não são campeões de tudo, nunca ganharam uma Recopa!!
Bom, não sou nenhuma expert em futebol, mas, o Grêmio Foot Ball Porto alegrense foi sim campeão da Recopa Sulamericana no ano de 1996 com a seguinte escalação:
Danrlei
Arce
Rivarola
Adilson
Roger
João Antônio
Goiano
Ailton
Carlos Miguel
Paulo Nunes
Jardel
Sob o comando de Luiz Felipe Scolari. O Grêmio foi campeão fazendo quatro gols com seguintes jogadores: Jardel, Adilson, Carlos Miguel e Paulo Nunes.
Foi a sétima edição do torneio e foi disputado entre o campeão da Taça Libertadores da América 1995 (Grêmio) e o campeão da Supercopa Libertadores 1995 (Independiente). O Grêmio ficou campeão com uma goleada de 4 x 1.
Essas discussões sobre futebol são corriqueiras, fazem parte da vida dos brasileiros, as vezes os ânimos se exaltam, mas quando se trata de paixão é muito comum se exaltar, ainda mais para defender o objeto da paixão – o clube de coração. Porém quando o assunto é futebol para se ter um bom debate e argumentar consciente do que está falando, é preciso conhecer um pouco a história dos clubes, tanto o seu quanto do seu adversário e Inter e Grêmio tem belíssimas histórias para serem contadas. O Grêmio não tem só a batalha dos aflitos como afirmou o colorado e nem o Inter tem só o mundial como afirmou o gremista, ambos têm belas histórias. E verdade seja dita o Rio Grande do Sul e os gaúchos devem se orgulhar de seus clubes e os torcedores devem se dar as mãos e reconhecer o valor e os títulos do adversário.
(A "seleção" Tricolor campeã da Recopa Sulamericana -1996)
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