segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O líder Corinthians! Até quando?!

Um pouco antes de começar o campeonato brasileiro 2011, eu apostei no Santos de Muricy, atual campeão da Libertadores.
Mas, é com o andar da carroça que as aboboras se ajeitam. O Corinthians é líder hoje, depois da 28° rodada. Mas dizer que é favorito seria meio arriscado, o Vasco vem logo atrás e com apenas um ponto a menos na tabela. Esse campeonato de pontos corridos não tem muita emoção, sempre se sabe antes quem será o campeão, ainda mais quando se tem juiz amigo...
Bom mesmo seria mata-mata, o melhor venceria.
Mas não me arrisco a dizer quem é o melhor agora no Campeonato brasileiro, não entendo muito, na verdade não entendo quase nada, por isso me recolho em minhas idéias e repito que sou contra pontos corridos.

domingo, 9 de outubro de 2011

Gladiadores do século XXI

Não tinha Tito, nem jogavam pão para a platéia, mas eles estavam lá. Não era o Coliseu, não era Roma e os “gladiadores não usavam armaduras, nem armas. Apenas calção e luva. A história de Roma é disparada a minha favorita, as lutas nem de longe fazem parte das minhas preferências. Mas na noite do dia 8 de outubro,( no século XXI), foi como se estivesse em Roma no ano 80 d.C. A cada golpe, uma comparação. Me pegava imaginando como foram os combates, no grande Coliseu, ficava atenta aos golpes, a espera de uma boa imagem e, pensava, que bom se tivesse algum fotografo em pelo menos uma daquelas tantas batalhas muitas vezes mortais.
Gladiadores do século XXI trouxeram o “Coliseu” à Passo Fundo, no MMA,onde os participantes praticam diferentes tipos de artes marciais, como jiu-jítsu, boxe, luta livre olímpica, boxe tailandês, caratê e outras. Os primeiros torneios aconteceram em 1993 e os lutadores tinham que vencer três lutas para serem campeões. Os gladiadores do Coliseu de Roma, muitas vezes lutavam até a morte ou ganhavam uma espada de madeira, eram escravos e muitas vezes lutavam por obrigação. Homens se matavam numa arena, apenas para deleite e diversão da nobreza romana, sem nem ao menos se conhecerem. O melhor era ovacionado por uma platéia louca por sangue. No MMA, a diferença é que são artes marciais, ao invés de espadas,  no lugar da espada de madeira tem um troféu e os lutadores se conhecem, há casos em que se odeiam mas normalmente são amigos e até freqüentam as mesmas academias. A arena deles é o octógono. A platéia?! Acredito que não tenha mudado tanto desde as batalhas do Coliseu. Não quero parecer contra as lutas, acho até bem interessante, homens fortes se batendo, se machucando por puro prazer, pelo menos não fazem isso obrigados.
A platéia do Coliseu, queria ver os gladiadores lutarem até a morte, a platéia do ginásio Teixeirinha esperava por  nocaute e, tiveram 3. Foi um belo espetáculo para os amantes de luta, foi uma experiência diferente, para uma jovem estudante de jornalismo, que quando vê lutas na TV muda de canal, me fez ver que preciso mudar conceitos e estudar um pouco mais sobre artes marciais, regras e estilos de luta.

                                          FOTO: Ana Lúcia Zanella

Pra que entender?!

Sempre ouvi dizer que paixão não tem idade, não escolhe raça, crença ou cor. E que gostos, cores e amores não se discute. Pois bem, quanto mais conheço as pessoas desse Rio Grande Passofundense, mais me certifico de que isto é verdade.
Tinha jogo no vermelhão da serra e, como dizia minha avó, quem quer comer pamonha tem que ralar o milho. Com base na teoria da minha avó, procurei chegar cedo ao vermelhão, queria colher informações sobre o Esporte Clube Passo Fundo, depoimentos sobre os jogos, os títulos, alguém que pudesse me dizer algo sobre os bons tempos no clube na serie A do gauchão, além do desempenho do clube na Copa Laci Ughini. O problema é que cheguei tão cedo que o estádio ainda estava fechado, dei uma volta, olhei ao meu redor e, vi um senhor e perto dele algumas crianças que brincavam. Resolvi puxar papo para ver no que dava. Comecei fazendo perguntas sobre o público que freqüentava os jogos. O senhor, então me disse que era muito fraco, poucas pessoas. Isso pude comprovar mais tarde, realmente um publico muito pequeno no estádio na noite agradável da quinta feira de primavera. Continuei fazendo perguntas ao senhor, sem dar muita atenção às crianças que estavam brincando bem ao nosso lado.
A conversa fluía num clima bem agradável. Enquanto ele me contava dos bons tempos do Esporte Clube Passo Fundo no campeonato gaúcho, uma das crianças que brincavam por ali se aproximou e ficou ouvindo nossa conversa, bem atenta a tudo que falávamos. Perguntei ao senhor falastrão se era gremista ou colorado, afinal estamos no Rio Grande do Sul, rivalidade azul-vermelho, GreNal, a boa e velha discussão, quem tem mais títulos, quem está melhor no campeonato e, para minha surpresa, aquele senhor que segundo ele mesmo, “nascido e criado” em Passo Fundo, era corintiano, a minha reação foi: “um minuto de silêncio”. Como assim, um gaúcho corintiano? Ele para me provar o que estava dizendo levantou a manga da camiseta, que só depois que ele me disse para qual time torcia é que reparei, era a camisa do Corinthians, me mostrou então no braço esquerdo uma enorme tatuagem com o símbolo do Timão, como disse ele. E como se não bastasse me mostrou o braço direito escrito em letras bem grande “CORINTHIANS”. Perguntei a ele por que Corinthians? Já que não queria fazer parte da metade vermelha, nem da metade azul do estado, por que não o próprio Passo Fundo, ou Juventude ou Caxias? Ele me respondeu: É um amor que não se explica.
A menina que se aproximara de nós, continuava ali, ouvindo tudo atentamente. Fiquei muito curiosa, por que um gaúcho iria torcer para um time paulista? É comum ver pessoas do norte e nordeste torcendo para times de outro estado. Mas gaúchos?! Sempre tão orgulhosos de suas façanhas  futebolísticas e históricas, ou eu conheço pouquíssimos gaúchos ou aquele senhor é um caso a parte. Confesso que ainda não tinha visto um gaúcho corintiano.
A menina, acredito eu, já cansada de me ouvir perguntar ao passofundense corintiano o porque de sua escolha, um tanto quanto peculiar eu diria, para a região em que estamos. A pequena então me perguntou se eu ia ver o jogo, respondi que sim e perguntei a ela sua idade, ela me respondeu que tinha 14 e, com um ar de decepção disse que queria muito ver o jogo, mas sua mãe não deixava, porque não gostava de futebol e ela era muito nova para ir sozinha.
Perguntei a menina se ela gostava de futebol, e ela sem nem respirar entre uma palavra e outra afirmou com plena convicção que gostava somente do Passo Fundo, me deu relatos de jogos anteriores e o nome de todos os jogadores, titulares, reservas e até das categorias de base. A pequena disse ainda que acompanha até mesmo os treinos e queria muito ver o jogo porque gostava do Pitbull e do Sandro Sotilli. Bem confiante disse ainda que um dia verá o Passo Fundo ser campeão gaúcho. Neste momento éramos eu e o senhor corintiano que escutávamos a menina dar a escalação do time do Passo Fundo.
Ficamos os três em silêncio, confusos talvez, surpresos eu diria. O senhor corintiano me mostrou suas tatuagens para me fazer crer que ele é mais um dos tantos brasileiros que grita “sou louco por ti Corinthians”. A pequena me convenceu com suas palavras de menina que brinca de bonecas na calçada de casa no fim das tardes, o quanto ela gostava do Esporte Clube Passo Fundo. E o esporte Clube Passo Fundo, me fez ver, com um gol de Renam ainda no primeiro tempo numa bela cobrança de falta e, outro gol de pênalti cobrado pelo veterano Sandro Sotilli no segundo tempo, que para despertar paixões de qualquer idade não precisa ser grande, nem estar em evidencia.

_______________________________________________________________